10.9.14

Espinhos, Cardos e Abrolhos

O assunto a seguir é integrante do livro Por que o cristão ainda sofre?!

     A primeira aparição destes tristes símbolos conectam-se ao pecado de nossos primeiros pais num sítio até então livre destes castigos - Gênesis 3.18

     Segundo o Dicionário Melhoramentos de 1968, Cardo é o nome comum a várias plantas espinhosas. Ele cita até um cardo-penteador, espécie de erva espinhosa do Velho Mundo (Europa) que servia para levantar os pêlos de tecidos de lã nos lanifícios.
     Abrolhos, por sua vez, são plantas herbáceas (ervas) de fruto espinhoso. Os cardos, então, parecem ter seus espinhos nas folhas da erva ou no receptáculo das suas flores. Aqui são nos frutos.
     Espinheiros são plantas espinhosas de alta resistência e durabilidade.

     Sem entrar no mérito da Botânica, pois não é a nossa área, eu me atreveria a relacionar estas três figuras com nosso corpo, alma e espírito. E assim como os espinhos podem se localizar num destes três pontos – galhos, folhas e frutos –, também podemos inferir, por analogia simbólica, que eles se projetem pelas três partes constituintes do ser humano.
     Nossos espinhos podem ser físicos, morais ou espirituais.
     Como um espinho físico, poderíamos lembrar Timóteo, “por causa do... estômago, e das... frequentes enfermidades” (1 Tm 5.23).
     Como um espinho moral, poderíamos citar os cristãos de Corinto. Como eles não haviam ‘se limpado do fermento velho’ (1 Co 5.7) por causa da sua carnalidade, o pecado deles se transformou em “fornicação, e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai” (5.1). A imoralidade era tanta, que Paulo os entregou a Satanás “para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (5.5). Às vezes a amputação radical de um membro é necessária para a limpeza da massa.
     Finalmente, Saul foi fustigado claramente por um espinho espiritual, pois “o assombrava um espírito mal da parte do Senhor” (1 Sm 16.14). É bem verdade que ele fazia parte do Antigo Testamento, totalmente diferente do Novo, que está baseado em promessas e sacrifício melhores do que aquele.

     Mas podemos aprender com seus erros. Se o escudo da nossa fé não estiver alicerçado sobre o perfeito entendimento da amplitude e alcance do sacrifício de Cristo e sobre o conhecimento doutrinário idôneo da Palavra de Deus, que é a espada do Espírito Santo, não poderemos apagar todos os “dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16).
     Cabe a nós, portanto, determinar e examinar a sede dos nossos espinhos e tratá-los à luz da palavra de Deus: seja confissão, seja oração, seja paciência e perseverança, “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).

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