Não deixe de ler a parte IV
Um tipo claro de tudo o que
dissemos até o momento pode ser visto no modo, e mais
especificamente falando, no meio pelo qual Deus pôde resgatar Israel
da mão dos egípcios. As águas tornadas em sangue, as pragas das
rãs, a praga dos piolhos, a praga das moscas, a pestilência sobre
os animais da casa de Faraó, a praga da saraiva, a praga dos
gafanhotos e a praga das trevas não foram suficientes para libertar
Israel. Somente quando houve derramamento de sangue, houve perfeita
libertação. A lei e suas ordenações, introduzidas posteriormente,
igualmente de nada prestaram para este milagre. E neste exato
momento, simbolicamente, podemos ver a separação definitiva e
contundente entre judeus e gentios.
“E haverá grande clamor em
toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá;
mas contra todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua
língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o
Senhor faz diferença entre os egípcios e os israelitas” (Êx
11.6-7).
O motivo ou fundamento pelo qual
Israel passou incólume por esta terrível prova está, não na lei,
mas no “sacrificai a páscoa” (Êx 12.21).
“Então tomai um molho de
hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na
verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na
bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã.
Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir
o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará
aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas
para vos ferir” (Êx 12.22-23).
Transportando estes ensinamentos
para o tempo presente, pois que para nós foram escritos, nenhuma
praga lançada sobre nosso inimigo íntimo, a carne com o pecado,
poderá nos libertar. A lei, que declara e fortalece o nosso pecado,
expondo-o miseravelmente, também não pode fazê-lo. Mas “o sangue
de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo
1.7).
“Não mudes o marco do teu
próximo, que colocaram os antigos na tua herança...” (Dt 19.14.).
O marco decisivo e satisfatório
entre a escravidão do pecado, tendo como resultado a morte, e a vida
“dentre os mortos” é Cristo.
“Porque o fim [do gr. telos -
término] da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”
(Rm 10.4).
Não queira mudar este precioso
marco imposto por Deus em Cristo, “porquanto ele recebeu de Deus
Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a
seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido”
(1 Pe 1.17). Quem assim for achado fazendo, sob qualquer aspecto ou
pretexto, “maldito aquele que arrancar o termo do seu próximo”
(Dt 27.17); quanto mais o de Deus!
Então, podemos concluir nosso
raciocínio dizendo que se Deus não faz acepção de pessoas,
individualmente falando, faz distinção dos corpos como um todo,
levando em conta sempre, como vimos, a clara divisão entre gentios,
judeus e a Igreja resgatada pelo sangue de Cristo.
Deus tem um propósito especial
no presente e no futuro bem próximo para cada um destes corpos, e
cabe a nós traçarmos bem o limite exato de cada um.
Que Ele nos capacite com
inteligência e maturidade espiritual suficientes para tal.
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